Archive for Setembro, 2009

As fadas descem à casa

Setembro 3, 2009

Enquanto decorrem os dias longos  de Verão, tempo de sol e dos amores breves,  aproveitamos para deixar que a cor e o calor  nos invada os sentidos, nas suas  diversas facetas, com as suas múltiplas texturas e sabores, dos pés à cabeça.

1

Festejamos as dádivas da natureza:  respiramos o cheiro do milho a secar nas eiras, que trazemos impregnado nas memórias da nossa infância;

1A

Passeamos entre girassóis semeados por mãos pequeninas, embalados por sons de cigarras e o zumbido das abelhas;

maçã

macieira]

e deixamos que uma paleta  de cores das frutas sãs, colhidas sem pressa…

2

…se espalhem em aromas pela cozinha grande, adocicando os dias a quem por ali preguiça as tardes mornas e se conservem em saborosas compotas na despensa, que nos hão-de alegrar as manhãs frias e cinzentas do ano.

Mas há quem aproveite para recolher da natureza, ao redor da casa, outros elementos…

43

que em tão hábeis mãos rapidamente se transformam em estranhos seres, que repousam à tardinha pela casa.

5

Dia após dia, nascem novas criaturas mágicas que nos espreitam…

6

7       8

E para a última noite,  tudo está em ordem.

9

Reunem-se na casa alguns familiares da aldeia, novos e velhos amigos, para celebrar a alegria da vida e  fruir do prazer e da beleza da arte de criar.

E quando a lua finalmente vem, a magia acontece…

6A
6B

12

11

Todos estamos muito gratos ao Evaldo por aceder a fazer esta semana de residência artística na casa e pela sua imensa generosidade na partilha.

 

 

 

Quando a tarde cai

e o céu acende as estrelas

 para iluminar

mais uma noite na terra,

as criaturas mágicas

despertam

para mais uma longa jornada

de cuidados com a natureza.

As pequeninas fadas

entoam canções milenares

enquanto desabrocham as flores,

amadurecem os frutos,

fazem brotar dos campos

a verde vegetação

que cobre a paisagem imensa…

Preparam o leito dos animais,

adormecem os pássaros,

colhem o mais doce mel

e minúsculas gotas de orvalho…

Após estarem cumpridas

todas as tarefas

cirandam pela Eira

e brincam ao luar.

À sua presença

o bosque é inundado

de encantamentos,

e num passe de mágica

todas as criaturas criam vida

e celebram a alegria de viver.

Evaldo Barros, 30 de Agosto